História da emigraçao no brasil
As migrações pelo território brasileiro estão associadas, como nota-se ao longo da história, a fatores econômicos, desde o tempo da
colonização pelos
europeus. Quando terminou o ciclo da
cana-de-açúcar na
região Nordeste e teve o início do ciclo do
ouro, em
Minas Gerais, houve um enorme deslocamento de pessoas em direção ao novo centro econômico do país. O
Ciclo da Borracha atraiu grande quantidade de migrantes para região da Amazônia. Graças ao ciclo do
café e, posteriormente, com o processo de
industrialização, a
região Sudeste se tornou o grande pólo de atração de migrantes, que saíam de sua região de origem em busca de empregos ou melhores salários.
Acentuou-se, então, o processo de
êxodo rural (saída) migração do campo para a cidade, em larga escala. No meio rural, a miséria e a pobreza agravadas pela falta de infra-estrutura (
educação, saúde etc.), pela concentração de terras nas mãos dos
latifundiários e pela mecanização das atividades agrárias, fazem com que a grande população rural seja atraída pelas perspectivas de um emprego urbano, que melhore o seu padrão de vida. Além disso, o acesso a serviços e ao comércio nas áreas urbanas, tornou-se o principal fator de atração para as grandes cidades.
No entanto, o que ocorreu no Brasil entre os anos 1940 e 1990, foi que as cidades não apresentavam uma oferta de empregos compatível à procura, nem a economia urbana crescia na mesma velocidade em que a migração. Em consequência crescia o
desemprego e o sub-emprego no setor de serviços, com aumento do número de trabalhadores informais, vendedores ambulantes e trabalhadores que vivem de fazer "bicos". Associado à falta de investimentos e ao reduzido planejamento do Estado na ampliação da infra-estrutura urbana, isto contribuiu para a formação de um cinturão marginal nas cidades, ou seja, o surgimento de novas
favelas, palafitas e invasões urbanas.
Atualmente, nos
estados de
São Paulo e
Rio de Janeiro, já se registra maior saída de população das
metrópoles em direção às cidades médias do interior do que em direção à estas metrópoles, embora estas continuem tendo crescimento populacional total positivo. A principal causa desse movimento é que estas metrópoles atualmente não apresentam taxas de crescimento econômico tão siginificativas, a infra-estrutura de transportes é geralmente problemática, acompanhando uma relativa precariedade no atendimento de praticamente todos os serviços públicos, com índices de desemprego e
criminalidade mais elevados do que a média das demais cidades. Já as cidades do interior do país, além de estar passando por um período de crescimento econômico, oferecem melhor qualidade de vida à população.
As migrações internas têm sido alvo de análise, não apenas como resultantes de eventuais desequilíbrios econômicos, sociais ou demográficos, mas, principalmente, como elementos da organização espacial de uma sociedade. A migração pode ser definida como mobilidade espacial da população. Atualmente a maior parte das migrações não são mais inter-regionais, mas ocorrem dentro da mesma região. Além disso, alguns estados que tradicionamente apresentavam mais emigração tornaram-se regiões de imigração, como
Pernambuco,
Bahia,
Ceará,
Paraíba e
Rio Grande do Norte.
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